29 de julho de 2011

Another letter

 

 Querido você, a quem pertence meu coração.

 Já lhe escrevi inúmeras cartas, para depois guardá-las na caixinha que há de baixo da minha cama, sem mandá-las a ti. Talvez, dentro desta caixa há vinte ou trinta cartas... Mas, pouco importa. De nada elas serviram, pois você não leu, e se eu mandasse talvez nem leria. Mas enfim, onde você está? Por que não está ao meu lado? Você está melhor sem mim? É, talvez seja isso, e eu simplesmente não quero aceitar.
 Depois de tua partida só me restaram lembranças e idealizações suas. Pedaços de mim, com lembranças de você. Mas, você ainda se lembra? Você ainda se importa? Você se esqueceu? Caso não se lembre, eu lhe falo: Éramos tão próximos que o nosso amor poderia atravessar o Oceano Atlântico. Você me entendia como ninguém, e eu também te entendia. Costumavamos a sorrir só pelo simples fato de nos conhecermos. E, agora, eu fico aqui, pensando... Como pôde se esquecer de nós? Se esquecer das nossas risadas? Se esquecer das nossas conversas? Se esquecer das brincadeiras, dos segredos, dos planos, dos sorrisos? Se esquecer de mim?
 Enquanto você está aí criando novas lembranças, eu continuo aqui, como um objeto inerte, inanimado, sem motivação, sem vida. E por mais que eu queira te tirar de dentro de mim, meu coração não obedece minha mente. Sinto-me tão vunerável nessa questão. O meu coração insiste em pertencer á você, só a você. E por mais que eu tente negar, ainda sobra-me uma esperança vã, que anseia por sua volta, que grita teu nome toda noite, e que aguarda o dia em que você me tome nos braços e me leve daqui.
 Mas meu amor, você não se preocupa com isto, não é? Você não liga... Mas, se ligar, saiba que não é para se preocupar comigo, pois a saudade que sinto de você ocupa o espaço que a sua ausência deixou, dentro de mim.
 E eu lhe peço uma única coisa: Volte o mais breve possível, e não se vá novamente.
 Volte antes que tudo se perca, antes que você não saiba seu rumo, antes que seja tarde demais. E quando você decidir voltar para iludir-me mais um pouco, avise-me, pois quando estiver com fome, lhe servirei meu coração em uma bandeja. E quando estiver com sede, lhe servirei todas as minhas lágrimas de saudade, em um pequeno frasco.
 E a quem estou querendo enganar escrevendo esta carta? Quando a última palavra for escrita, esta carta se tornará mais uma para a minha caixa, mais uma para a minha coleção. E você nunca saberá nada disso.
 Mas, entretanto, isso não muda o fato que eu ainda estou inutilmente á sua espera.
 Eu sinto sua falta.

 Assinado,
 A patetica garota que ainda te ama e sente tua falta.